O casamento de Raúl e Glá em Natal, Rio Grande do Norte
Na praia Outono Lilás 1 fornecedores
R&G
27 Ago, 2016A crônica do seu casamento
Como achar que se pode fugir do “típico casamento” e terminar entrando nele mesmo assim
Caros leitores e leitoras, Venho através desta crônica, contar a vocês a experiência que tivemos durante nossos meses de casamento. Sim, eu quis dizer meses mesmo… Quando estamos organizando uma festa de tantos preparativos como essa, temos que pensar em todos os mínimos detalhes possíveis (ou pelo menos tentar), fato que acaba alongando a vivência da celebração do casamento. Eu, meu noivo e alguns pobres coitados pegos no caminho, terminamos nos transformando nos assistentes, coordenadores e diretores da cerimônia. A gente terminou aprendendo sobre coisas que jamais pensaríamos que fossemos usar em nossas vidas, como pode ser calcular quantos litros de cerveja uma pessoa cervejeira pode ingerir em uma hora, a variação da velocidade do vento dentro do período de um dia ou quantas vezes varia uma maré por horas.
Antes de contar sobre o dia de casamento per se, devo confessar que nossa ideia nunca foi fazer uma festa de casamento como tal. Nunca gostamos da ideia de assinar um contrato formal no que mostraríamos publicamente “a beleza do nosso amor”. Desculpem-me se ofendo alguém, mas sempre achei que o casamento era, entre outras coisas, uma forma de se “auto enganar” achando que sabemos o que vai acontecer no futuro e, em consequência a isso, jurar amor eterno perante símbolos de autoridade de maneira desnecessária e inclusive prejudicial em alguns casos. Nunca entendi por que, sem nenhum tipo de questionamento, continuamos realizando um ritual antiquado onde um patriarca entrega uma noiva às proteções de um novo homem que a partir de agora, passa a ser o novo símbolo protetor de uma família.
Continuar lendo »Sem encher o saco de vocês e tentando ir direto ao assunto, tudo começou quando decidimos que casar-nos seria praticamente a única forma de juntar as nossas famílias, nem que fosse ao menos uma vez na vida. Raúl é madrileño, nascido e criado aqui. Eu sou curitibana mas moro em Madrid faz 8 anos. Nos conhecemos há pouco mais de 6 anos e praticamente desde então fomos morar juntos em Rivas (Madrid). Meus pais estão separados, tenho um 0,1% da família morando em Natal, RN e os outros 99,9% em Curitiba. “Juntar estes 3 lugares” em um era uma tarefa difícil para nós, mas não impossível…
Depois de estudar as diferentes opções de encontro, chegamos a conclusão que o melhor lugar seria na linda cidade de Natal, RN. Um evento desse porte (casamento), faria com que as pessoas fizessem sacrifícios por ir até ela. Sabíamos que ia ser complicado para os convidados, mas também imaginamos que faríamos uma celebração só aos familiares e amigos mais chegados mesmo. Também não queríamos nem podíamos gastar muito dinheiro! Nenhum de nós tínhamos um sonho “de um dia mágico glamuroso”… simplesmente queríamos celebrar ao lado das nossas famílias o fato de que a partir de agora seriam, formalmente, uma. Essa ideia é a que eu acho mais bonita do casamento…. graças a duas pessoas que se gostam, varias outras podem se conhecer e se gostar também!
Ótimo, então seria fácil, certo? Não queremos gastar muito, poucos convidados, nada de casamentos tradicionais, coisa que o fará barato, como uma festa normal, não é mesmo?… Não. Difícil, tudo difícil. No momento que você diz a palavra mágica casamento tudo se complica. Perguntava quanto era pra pentear o meu cabelo por exemplo e era um preço, quando dizia que era a noiva era outro completamente diferente… “mas eu não quero nada especial” eu dizia, “a mesma coisa que seria pra qualquer convidada da festa”… não tinha jeito. E não acaba por ai, pra quem está acostumado a morar numa das capitais mais globalizadas e preparadas do mundo, tentar resolver as coisas por correio eletrônico em um vilarejinho como Pirangi (RN) é praticamente insuportável. Não te respondem, quando o fazem é depois de uns 3 meses mínimo, dizem coisas diferentes, ambíguas. Tudo é difícil ou, citando uma das frases que eu mais escutei, simplesmente “acho que dá não”.
Tive uma tremenda empreitada para conseguir souplats, guardanapos, copos e taças bonitas… (depois vocês dão uma olhada nas fotos, isso tudo consegui contratar pela minha conta, não foi da decoração). Por falar em decoração, acabei contratando uma decoradora imaginando que ia facilitar a minha vida, mas não sei não se facilitou muito…De repente eu queria algo que não tinha falado com ela antes e não dava, tudo era difícil ou deveria pagar mais dinheiro. Quando pedi guardanapos e souplats ela dizia que isso era coisa dos bufês, falava com os bufês e eles me diziam que isso era coisa da decoradora… Não conseguia me comunicar adequadamente com os fornecedores e no fim, tive que confiar cegamente na decoração porque não tinha forma de saber o quê exatamente eu estava contratando… No fim saiu tudo lindo, e agradeço à Mônica Fernández do Havía Uma Vez pelo seu olhar artístico e belo, mas com certeza o fato de não poder participar desse processo de criação foi uma das piores críticas que tenho ao meu casamento e por isso compartilho isso com vocês. Por exemplo o fato de ter escrito a frase “felizes para sempre” no meu casamento não foi nada gratificante… simplesmente vai em contra de tudo que eu acredito!
Como vocês já podem imaginar, mesmo sem perceber, acabamos caindo naquele velho jogo do “casamento, “dia perfeito”, etc, etc…” Ao querer que saísse tudo bonito e que os convidados estivessem felizes, acabamos perdendo nossa ideia inicial e entramos na mesma dinámica que todo mundo que sonha com um casamento entra… onde os convidados vão sentar?, ensaios de cerimônia?, dança dos noivos?, hora de cortar o bolo?, será que choverá?, tem muito vento?… Aquilo que começou simplesmente como uma “janta alegrinha”, terminaria sendo uma super festa de filme. Realmente foi agonizante por um momento, então eu e Raúl tomamos perspectiva da situação, e outra vez acho que finalmente conseguimos relaxar. Nem muito nem pouco, tentamos fazer o possível para que tudo fosse lindo mas sem a responsabilidade e ansiedade de um casamento normal. Finalmente o resultado foi que conseguimos estar tranquilos e essa noite foi muito especial para nós… vou tentar resumir pra vocês os detalhes mais importantes:
Bufê: muito bom!! Neuma Leão. Foram perfeitos. Super flexíveis, super profissionais e sérios. Mudaram várias coisas de última hora, fizeram de tudo que estava nas mãos deles para me agradar. Totalmente recomendável. Nota mil.
Decoração: Havia Uma Vez. Muito cuidadosos, acabamentos lindos. Não foram flexíveis em vários aspectos e acredito que por esse motivo acabou existindo resultados que não foram do nosso agrado.
Cabelo e Maquiagem: conseguimos fugir da estampa “casamento”. Contratei uma semana e meia antes do casamento e por um preço normal.
Doces e bolo: quase conseguimos fugir outra vez da estampa!! Relação qualidade preço ótima. Contratamos uma semana e meia antes do casamento, Rosa Lêmos Chocolateria, gostosíssimo! O chefe Cesar é muito bom!!! teve super cuidado com tudo… a pena que na hora de receber a encomenda fomos surpreendidos com a parte financeira, o preço era diferente do que tínhamos combinado…
DJ Tonny: muito gente boa. Iluminação e som ótimo, muito flexivel, super recomendo. A única crítica foi que muitas músicas que queríamos acabaram não tocando.
Txiago Fotografías: Lindo. Foram super flexíveis e profissionais. Tinha dito a eles que não gostava nada dessas fotos de “casalsinhos” e que não iríamos pousar. Mesmo com uma chata como eu, ele se adaptou e o resultado foi maravilhoso, varias fotos espontâneas lindas. Obrigada Txiago e Priscila (e encontramos eles pela página casamentos.com).
Vestido de casamento: mandei fazer com uma costureira perto de casa. Comprei os tecidos e desenhei o modelo... uma boa economizada e fugimos da estampa!!
Roupa do noivo: tudo normal, comprada justamente pra poder re-utilizar...
Buquê e coroa de flores: a decoradora improvisou para nós um buquê lindo, e o maquiador inventou uma coroa bem legal.
Convite, livros, detalhes… tudo nós. Minha amiga Bruna, cunhada Eva, Ivaneide, Raúl, tia Marina, eu e principalmente minha mami Gladis conseguimos colocar vários detalhes lindos ao casamento. Idealizamos a cerimônia, compramos tudo que faltava, bottoms, presentinhos feito a mão, convite, câmaras descartáveis, etc, etc…
No fim ficamos muito felizes com o resultado. Acabamos gastando mais do que esperávamos (acho que como sempre), mas conseguimos economizar em varias coisas e, nas mais importantes, tivemos ajuda de bons trabalhadores. Quanto ao matrimônio em sí, fizemos uma cerimônia linda, inventada por nós mesmos, os noivos entraram juntos, as mães foram as que nos casaram e todos os convidados puderam participar de alguma forma escrevendo bilhetinhos e doando energias fazendo um círculo ao redor de nós. No fim foi um dia lindo de união entre varias pessoas...Agradeço a todos e todas que participaram, a presença de cada um dos convidados foi totalmente essencial.
Glá e Raúl.
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